Eu tenho
feito um balanço sobre a minha vida. Não faço isso para bancar a vítima, mas
para tentar chegar a um ponto conclusivo sobre quem eu sou de verdade.
Estereótipos são as piores coisas que existem, pois são adjetivos que nos
limitam, porém é necessário juntá-los para tentar saber o motivo da própria
existência.
Quando se trata de mim, agora aos 31 anos, minha mente
carrega sentimentos voltados à tristeza. Entretanto, não se trata de uma
tristeza comum; eu gosto do que a tristeza produz: sabedoria. Se não
fosse ela, eu não saberia por onde andar, no que pensar, como agir. Enfim,
observar a vida sobre perspectivas diferentes, sem seguir velhas normas.
Saindo da tristeza, eu enxergo “por fora”
(talvez) um cara diabético, inteligente, sonolento e atrasado na vida. Que
vontade de gritar nessa hora! É como se meu peito fosse explodir ao refletir
sobre o que eu já deveria ter feito: namorado bastante, estar em um relacionamento
sério e viver em um lugar longe como minha prima já o fez, mas isso está
erradíssimo, uma vez que eu não posso me comparar à vida de ninguém. Cada ser
humano é único e terá da vida exatamente o que merece. A espiritualidade nos
ensina isso.
“Pensamos raras vezes no que temos, mas sempre no que nos falta.”
(Schopenhauer)
Se fosse possível apontar algo na minha vida que eu
gostaria de tirar, seria o sono. É uma bobagem, claro, mas é ele que me deixa
parado, pois muita das vezes eu tentei fazer algo de diferente e a sonolência
me impedia. Ao mesmo tempo, devido aos medicamentos, eu sabia que essa seria a
reação. Como eu vou falar para o meu cérebro não ficar “cansado”? Até o
meu médico já havia me alertado sobre isso e disse para eu não me preocupar. O
problema são as críticas que você recebe pelo fato das pessoas acharem que você
“não está lutando para viver”.
Uma vez, lembro-me que estava na casa da vizinha com
minha mãe, pois havíamos combinado de ir até lá para conversar e tomar um café.
Eu consegui ficar lá, mas assim que eu me sentei no sofá da sala, minhas pernas
chegaram a tremer de sono que eu estava sentindo. Era visível como eu estava me
sentindo e não sei como, até hoje, consegui manter-me desperto. O lado bom é
que tudo passa rápido, e situações como esta voam. Quando dou por mim, já
cumpri meu dever. Podem me chamar de louco, mas o tempo está passando muito rápido
e isso acaba me deixando confortável para fazer o que tem de ser feito.
No âmbito profissional, tenho muita esperança de viver
meus sonhos, mas como eu sei que não vivo no mundo da Alice, eu me enxergo
fazendo algo que envolva um ambiente de trabalho com ar-condicionado e um
horário flexível para que eu possa, felizmente ou infelizmente, ter tempo de
descansar; não importa o emprego, o sono estará lá...né?
Bom, 2024 será o ano de grandes mudanças na
minha vida e, mesmo que seja de forma lenta, porque eu não gosto de fazer um
milhão de coisas ao mesmo tempo, aquela centelha que eu tanto buscava, já se
acendeu dentro de mim. Só falta eu abraçar os resultados, pois não terá mais
volta. Isso é a mais pura verdade.
Professor Silvio de Souza.
@soapy_teacher